Muitos pensam que os erros de sonda lambda que ficam
registrados frequentemente na memória de defeito do sistema de injeção é a
causa do mau funcionamento de um motor, e inclusive substituem inutilmente a sonda
lambda. A falta de êxito nestes casos é algo que merece reflexão.
Inicialmente os sistemas de injeção eletrônica não possuíam
sonda lambda, ela foi implantada posteriormente para atender leis mais severas
de controle de emissões de gases poluentes e reduzir o consumo de combustível.
A figura que segue ilustra de forma simplificada o controle da
sonda lambda no funcionamento da injeção eletrônica tradicional (mono
combustível), entenda o processo.
Com base na informação do sensor de carga (massa de ar
admitido versos rotação do motor) e temperatura do motor a unidade de comando do
sistema de injeção (UCM) calcula a quantidade de combustível necessária para o
correto funcionamento do motor, expresso por meio de um pulso de curta duração que
regula a abertura do injetor de combustível. O volume de combustível injetado é
produto do tempo de duração do pulso (ti – tempo de injeção) e pressão do
combustível ©.
Ar e combustível são aspirados para o interior dos cilindros
do motor e após comprimidos se inflamam pela centelha da vela de ignição. A
queima da mistura ar/combustível gera gases residuais que são expelidos através
do escapamento do motor. O oxigênio presente nestes gases, o único a ser
detectado pela sonda lambda, é determinante para estabelecer a eficiência da combustão
e para calcular o fator de correção (tc). O tempo de injeção corrigido torna a
mistura ar/combustível ótima de maneira que os gases residuais da combustão
sejam processados adequadamente pelo catalisador.
O teor de oxigênio elevado, detectado pela sonda lambda no
escapamento, pode indicar que volume de combustível injetado é pequeno, e para
corrigir, o tempo de injeção (ti) é aumentado somando-se o tempo de correção
calculado (tc). Da mesma forma a escassez de oxigênio pode representar um volume
alto de combustível injetado, portanto agora a correção se faz deduzindo do
tempo de injeção (ti) o tempo de correção apurado.
O fator de correção máximo é cerca de +/-20 % do tempo de
injeção principal (ti) e geralmente é incapaz de causar falha acentuada no
funcionamento do motor.
Conclusão:
A regulagem da mistura através da sonda é uma ação
secundária, que tenta consertar irregularidades ocorridas na combustão.
A sonda lambda pode ser usada como “feedback” do processo de
combustão.
Evidentemente qualquer problema que afeta a combustão do
motor recai sobre a regulagem proporcionada pela sonda lambda. Ao alcançar o
limite de compensação estipulado no sistema, a conseqüência será a suspensão da
regulagem da mistura e registro de um erro que aborda a sonda lambda.
Mecânica do motor, fuga de ar na admissão, defeitos nos
injetores de combustível, qualidade do combustível, pressão de combustível,
sensores de carga e temperatura do motor, falhas de ignição, entre outros são
problemas frequentemente identificados como elementos que provocam problemas de
combustão e afetam a regulagem desempenhada pela sonda lambda.
A sonda pode sofrer danos conseqüentes de defeitos da
combustão, entretanto em grande parte deles, após serem sanados, a sonda volta
a operar normalmente.
Pense nisso na próxima vez que encontrar um erro que aborda
a sonda lambda memorizado no sistema de injeção. Além disso, somente substitua
a sonda após testar-la minuciosamente, assim como qualquer outro componente.
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